A Síndrome do Burnout, também conhecida como Estresse Ocupacional ou Síndrome de Esgotamento Profissional tem atingido um número cada vez maior de pessoas.
Anteriormente era associada como uma doença quase exclusiva de trabalhadores das áreas assistenciais (médicos, enfermeiros, bombeiros), mas atualmente tem sido registrada com grande freqüência em outras atividades.
Empresários, executivos, gerentes, professores, bancários e toda classe de profissionais do segmento industrial, comercial ou de prestação de serviço tem sofrido com essa síndrome que lentamente se estabelece e só costuma ser percebida quando já se encontra em situação avançada de prejuízo.
Não importa a profissão, o estresse faz parte do dia a dia num mundo cada vez mais competitivo. A Síndrome de Burnout é uma das consequências deste ritmo atual: um estado de tensão emocional e estresse crônico provocado por condições de trabalho desgastantes.
A dedicação exagerada à atividade profissional é uma característica marcante da síndrome, mas não a única. O desejo de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho é outra fase importante da síndrome: o portador de Burnout mede a auto-estima pela capacidade de realização e sucesso profissional.
O esgotamento físico e emocional é refletido através de comportamentos diferentes, como agressividade, isolamento, mudanças de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, falha da memória, ansiedade, tristeza, pessimismo, baixa autoestima e ausência no trabalho. Além disso, há relatos de sentimentos negativos, desconfiança e até paranoia.
As empresas precisam voltar, cada vez mais, a sua atenção para as questões que envolvem a saúde mental dos profissionais.
A qualidade de vida é uma das armas para prevenir a Síndrome de Burnout. E isso inclui cuidar da saúde, dormir e alimentar-se bem, praticar exercícios e manter uma vida social bem ativa.
A prevenção da Síndrome de Burnout deve ser feita continuamente, deve-se trabalhar com os funcionários para que os mesmos estejam relaxados antes de começar o trabalho (ginástica laboral é uma boa idéia), é preciso que o funcionário sinta-se valorizado pelo seu trabalho, elogios por alguma coisa bem feita não podem faltar, os diretores ou funcionários de alto escalão da empresa devem ser orientados a manter contato com os funcionários.
Dinâmicas de grupo realizadas de tempos em tempos visando motivação também é uma boa sugestão.
Aqueles funcionários que apresentam sintomas da Síndrome devem ser avaliados e tratados, para melhorar a qualidade do setor.
Uma empresa que não toma as precauções e que, ignoram as consequências dessa doença, inevitavelmente terão em seus quadros pessoas desmotivadas e isto certamente impactará nos resultados da empresa, causando um severo prejuízo tanto para a empresa quanto para a saúde e qualidade de vida de seus colaboradores.
Confira abaixo quais são os 12 estágios da Síndrome de Burnout:
- Necessidade de se afirmar ou provar ser sempre capaz.
- Dedicação intensificada - com predominância da necessidade de fazer tudo sozinho e a qualquer hora do dia (é o chamado imediatismo);
- Descaso com as necessidades pessoais. Por exemplo: comer, dormir, sair com os amigos começam a perder o sentido;
- Recalque de conflitos: o portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando ocorrem as manifestações físicas.
- Reinterpretação dos valores - isolamento, fuga dos conflitos. O que antes tinha valor sofre desvalorização: lazer, casa, amigos, e a única medida da auto-estima é o trabalho.
- Negação de problemas - nessa fase os outros são completamente desvalorizados, tidos como incapazes ou com desempenho abaixo do seu. Os contatos sociais são repelidos. Cinismo e agressão são os sinais mais evidentes.
- Recolhimento e aversão a reuniões (anti-socialização).
- Mudanças evidentes de comportamento (dificuldade de aceitar certas brincadeiras com bom senso e bom humor).
- Despersonalização (evitar o diálogo e dar prioridade aos e-mails, mensagens, recados etc);
- Vazio interior e sensação de que tudo é complicado, difícil e desgastante;
- Depressão - marcas de indiferença, desesperança, exaustão. A vida perde o sentido;
- Finalmente, a síndrome do esgotamento profissional propriamente dita, que corresponde ao colapso físico e mental. Esse estágio é considerado de emergência e a ajuda médica e psicológica tem que ser prestadas com urgência. Segundo o Dr. Jürgen Staedt, diretor da clínica de psiquiatria e psicoterapia do complexo hospitalar Vivantes, em Berlim, parte dos pacientes que o procuram com depressão são diagnosticados com a síndrome do esgotamento profissional.
*Geison Pinto Paschoal é Advogado e fundador do R2P Advocacia Inteligente - Especialista em Direito e Processo do Trabalho e Direitos do Consumidor - Conselheiro Membro do CCJA da OAB/BA - Ex-Presidente da OAB Jovem/RJ - 13ª Subseção.
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